Hepatite C
- Carla Smiderle
- 31 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Trata-se de um processo inflamatório do fígado, causado pelo Vírus da Hepatite C (HCV). A Hepatite C pode se manifestar de duas formas, sendo elas, aguda e crônica, dependendo da intensidade e do tempo de duração no organismo. Por ser uma doença geralmente assintomática em sua fase aguda, costuma avançar para a forma crônica em até 85% dos casos, a partir daí podendo evoluir para cirrose, insuficiência hepática e até mesmo câncer de fígado.
Transmissão: A transmissão acontece através do contato com sangue contaminado, pela existência de feridas abertas ou utilização de instrumentos não esterilizados como seringas, agulhas e alicates de unha, por exemplo. Hoje, a principal forma de transmissão é através do compartilhamento de máquinas de hemodiálise, tatuagens, seringas ou uso de cocaína. Pessoas que receberam transfusão sanguínea antes de 1992 possuem alta prevalência da doença, pois antes não havia método diagnóstico conhecido. Menos frequente, o vírus ainda pode ser transmitido de mãe para filho durante a gestação/parto. A transmissão sexual é baixa e muito debatida, ocorrendo com maior frequência em pessoas com comportamento promíscuo do que em relacionamentos estáveis.
Vale lembrar que a Hepatite C não é transmitida durante a amamentação ou através de contatos casuais, como abraçar, beijar ou compartilhar bebidas e alimentos com pessoas que possuam o vírus.
Sintomas: Essa é uma doença silenciosa que raramente apresenta sintomas. De forma geral os pacientes só manifestam sintomas quando a doença hepática encontra-se em estágio avançado (cirrose ou câncer de fígado). De toda forma, alguns dos sintomas aos quais se deve estar atento são:
Cansaço.
Dores abdominais.
Inchaço na região abdominal.
Náuseas e vômito.
Perda de apetite.
Pele e olhos amarelados.
Diagnóstico: Normalmente a doença é descoberta já em sua fase crônica, por meio de exames de sangue. O anti-HCV é um exame sorológico específico para o rastreio da hepatite C, o qual detecta a presença de anticorpos contra o vírus. Quando positivo é necessário ainda realizar o exame de carga viral (PCR para HCV-RNA) para confirmar a infecção no organismo.
Tratamento: A Hepatite C é uma das poucas doenças crônicas que pode ser eliminada por completo, possuindo taxa de cura de até 95%. O tratamento dura de 8 a 12 semanas e é feito com antivirais de ação direta (DAA), oferecidos pela rede pública de saúde.
Prevenção: É importante lembrar que não existe vacina contra a Hepatite C, por isso algumas medidas de proteção devem ser tomadas:
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como gilete, alicate de unha e escova de dente.
Não compartilhar seringas ou outros objetos relacionados ao uso de drogas.
No caso de serviços nos quais são utilizados instrumentos cortantes e/ou perfurantes não-descartáveis (como manicure, pigmentações ou tatuagens), é preciso ter certeza que os mesmos foram devidamente esterilizados.
Utilizar preservativo durante as relações sexuais.
Cobrir feridas que estejam expostas na pele.
Mulheres grávidas devem fazer o exame de detecção de hepatite, entre outras doenças, e caso testem positivo as recomendações adequadas serão indicadas por um profissional da área.
No caso dos grupos de maior exposição aos riscos, como profissionais da saúde, pacientes em hemodiálise, receptores de transfusões, entre outros, é indicada a realização de testagens espontâneas periodicamente.

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